Foi uma grata surpresa retornar a Maceió. Havia estado lá em 91. Era uma outra cidade certamente.
Hoje há uma vasta orla bem cuidada, que ressalta ainda mais a natureza exuberante. Nessa época a cor do mar é de um verde estonteante, o calor é menos intenso que em Fortaleza. À noite, o vento é forte, refrescante e inimigo dos cabelos alinhados. A rede hoteleira deixa a desejar. Oferece poucos leitos e alguns hotéis são muito antigos, como o Ponta Verde e o Maceió Mar hotel em que fiquei. Talvez isso explique os preços elevados em relação a hotéis de categoria superior em outros destinos turísticos do nordeste. Destaque para os taxistas: todos atenciosos e solícitos. Uma indicação especial vai para o Sr. Benedito que tem uma doblô e faz ponto no hotel Ponta Verde: bem-humorado, antenado e prestativo.
As praias do norte têm águas bastante mornas. Nem é preciso ensaiar para entrar no mar. O difícil é sair dele. Visitei Angra de Ipioca, Sereia de Pratagy e Paripueira. Todas lindas e limpas.
Hibiscus |
Pratagy |
Vista a partir da varanda da Casa Caiada |
Carro Quebrado
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Em Paris, como abreviam os guias, não ficamos muito porque optamos por fazer um passeio de lancha até a praia do Carro Quebrado, uma que apareceu no Fantástico entre as seis mais bonitas do Brasil. Não achei lá essas coisas. Ficamos numa parte de falésia. Era uma faixa de areia estreita, paredão/pedras e mar. Prefiro praia com vegetação e coqueiros. Valeu mais pela aventura na lancha que pela praia em si. Na volta à Paripueira, usamos as instalações do ponto de apoio da CVC, pois o pacote era dela. Local novo, bem-estruturado e amplo. A praia é extensa e limpa. Nesse dia demos de cara com o Júnior Lima, que tocaria numa das festas de reveillon da cidade. Pra quem é fã, foi um prato cheio.
Já Maragogi fica mais distante e a maré esteve cheia na semana em que chegamos, o que inviabilizaria o passeio aos arrecifes em alto mar, deixando, por sua vez, sem sentido uma viagem apenas para aproveitar a praia.
Do litoral sul, conhecemos a praia do Francês, que é urbana, e a praia do Gunga.
Praia do Francês
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Se você é como eu que prefere apreciar a paisagem, descansar, curtir a tranquilidade à beira-mar, então fuja do Francês. Pense numa praia lotada de guardassóis e de gente. Fica impossível ver o mar. Não há ondas porque existe um arrecife próximo à praia. Lembra bastante a praia da vila de Porto de Galinhas. Para crianças é uma maravilha. É o piscinão de Maceió.
Gunga - Mar
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Gunga - Lagoa
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Gunga, no entanto, é fantástica justamente por ser o posto. Tem ondas, tem menos gente, tem lagoa e mar, tem coqueiros, muitos. O único porém: as barracas deixam a desejar quanto à comida e instalações de banheiros. Nada que impeça o passeio, mas se dá muita importância a esses quesitos, não vá. Será estresse na certa. Se apostar na paisagem, verá que são pontos acessórios, a comida é aceitável e banheiro, bem... ajeita-se.
Na volta passamos no mirante. Não preciso dizer que a vista é de pasmar nos 360º: uma vastidão de coqueiros, o mar cortando a terra e a praia clara formam uma pintura pra não esquecer. Ao pé, há exposição e venda de artesanatos. Imperdível. Dica do sr. Benedito.
Na cidade há uma casa noturna que está no áuge, a Maikai. Toca música eletrônica, forró e outros ritmos jovens. Fica a poucos quarteirões da orla. Os amigos que foram gostaram.
Conhecemos alguns restaurantes:- Maria Antonietta (massas e pizzas): decoração muito bonita. Há dois ambientes, térreo e mezanino. Parecia frequentado por moradores e não por turistas. Ótimos preços e comida de primeira;
- Divina Gula (comida mineira): ótima comida, farta e atendimento rápido. Um prato dá pra 3 pessoas;
- Wanchako (comida peruana): Burguês, cardápio restrito, quase todos os pratos levam camarão. É cheio, tivemos de voltar outro dia pra pegar lugar mais cedo, umas 19h. Caro. Nada de fabuloso. Podia ter passado sem;
- Massarella (comida italiana): decoração interessante, o teto da parte em que ficamos se fechou pq começaram a cair uns pinguinhos de chuva. Chique! Bom atendimento e porções generosas. Preço compatível.
- Imperador dos Camarões: ambiente de péssima acústica, se torna barulhento quando começa a música. Mas vale a pena experimentar o chiclete de camarão, prato tradicional da casa. Flambado no conhaque e gratinado, é bastante harmônico. Serve duas pessoas não gulosas por camarão como eu. Há condução gratuita para os hotéis, é só agendar na recepção.
- Carne de Sol do Picuí (comida nordestina): Também possui condução gratuita para os clientes. A porção server perfeitamente 3 pessoas. Adorei as entradinhas. Não deixe de experimentar o miniescondidinho de carne seca com pure de mandioca. Estava divino. Disseram que o caldinho de feijão também estava maravilhoso. A paisagem é belíssima, com extenso calçadão, mas, cuidado, fica na orla sul, a mais pobre e perigosa.
Estranhamente sempre tivemos problemas na hora de comer, fosse pela demora, pela impaciência dos garçons, pela conta errada ou pela falta de estrutura do lugar. Começamos até brincar pra adivinhar qual seria a próxima chateação. Enfim, mesmo assim o saldo foi positivo. Espero que tenhamos sido os únicos a sofrer com isso.
E que venha a próxima viagem!
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