segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Maceió - Reveillon 2011


Foi uma grata surpresa retornar a Maceió. Havia estado lá em 91. Era uma outra cidade certamente.
Hoje há uma vasta orla bem cuidada, que ressalta ainda mais a natureza exuberante. Nessa época a cor do mar é de um verde estonteante, o calor é menos intenso que em Fortaleza. À noite, o vento é forte, refrescante e inimigo dos cabelos alinhados.  A rede hoteleira deixa a desejar. Oferece poucos leitos e alguns hotéis são muito antigos, como o Ponta Verde e o Maceió Mar hotel em que fiquei. Talvez isso explique os preços elevados em relação a hotéis de categoria superior em outros destinos turísticos do nordeste. Destaque para os taxistas: todos atenciosos e solícitos. Uma indicação especial vai para o Sr. Benedito que tem uma doblô e faz ponto no hotel Ponta Verde: bem-humorado, antenado e prestativo.
As praias do norte têm águas bastante mornas. Nem é preciso ensaiar para entrar no mar. O difícil é sair dele. Visitei Angra de Ipioca, Sereia de Pratagy e Paripueira. Todas lindas e limpas.

Hibiscus
Em Angra, ficamos na barraca Hibiscus. Boa comida e porção mas o serviço deixa a desejar. Aliás, até os guias fazem brincadeira com o talento(tá lento) da cidade, é muito lento mesmo. Um de nossos pedidos teve de ser cancelado porque a cozinha estava sem capacidade para atender. Embora o gerente tenha se desculpado, foi uma situação desagradável e estressante.


Pratagy
Em Pratagy, passamos o dia na praia em frente ao hotel-resort Villages Pratagy e usamos suas instalações. O mar tem mais ondas que em outros lugares, mas mesmo assim é manso. Um pouco mais à esquerda da saída de hóspedes, há um pequeno braço de mar que revela uma extensão de areia nua, convidativa à caminha e ao banho de sol. É comum ouvir-se aqui e ali o italiano, mas há um número considerável de brasileiros também entre os hóspedes. O hotel mantém um salva-vidas no local, cena rara nas outras praias. Notei que não havia muita gente de fora, talvez pela distância da cidade ou por ser inacessível a pé.


Vista a partir da varanda da Casa Caiada
Ao sair do hotel, fomos almoçar na pousada Casa Caiada, que fica do outro lado da rodovia, dentro do Villas do Pratagy, no alto do morro. A vista é relaxante, parte mata atlântica, parte mar no horizonte. A pousada é puro bom gosto na decoração. Cada cantinho parece ter sido planejado. Uma tranquilidade. Pensada para quem precisa ou prefere o descanso, a contemplação. É preciso agendar o almoço se não estiver hospedado. O prato escolhido foi risoto de frango ao cury e manga. Estava muito bom. Pretendo voltar a Maceió só para me hospedar na pousada. Gamei.


Carro Quebrado
Em Paris, como abreviam os guias, não ficamos muito porque optamos por fazer um passeio de lancha até a praia do Carro Quebrado, uma que apareceu no Fantástico entre as seis mais bonitas do Brasil. Não achei lá essas coisas. Ficamos numa parte de falésia. Era uma faixa de areia estreita, paredão/pedras e mar. Prefiro praia com vegetação e coqueiros. Valeu mais pela aventura na lancha que pela praia em si. Na volta à Paripueira, usamos as instalações do ponto de apoio da CVC, pois o pacote era dela. Local novo, bem-estruturado e amplo. A praia é extensa e limpa. Nesse dia demos de cara com o Júnior Lima, que tocaria numa das festas de reveillon da cidade. Pra quem é fã, foi um prato cheio.
Já Maragogi fica mais distante e a maré esteve cheia na semana em que chegamos, o que inviabilizaria o passeio aos arrecifes em alto mar, deixando, por sua vez, sem sentido uma viagem apenas para aproveitar a praia.
Do litoral sul, conhecemos a praia do Francês, que é urbana, e a praia do Gunga.

Praia do Francês

Se você é como eu que prefere apreciar a paisagem, descansar, curtir a tranquilidade à beira-mar, então fuja do Francês. Pense numa praia lotada de guardassóis e de gente. Fica impossível ver o mar. Não há ondas porque existe um arrecife próximo à praia. Lembra bastante a praia da vila de Porto de Galinhas. Para crianças é uma maravilha. É o piscinão de Maceió.

Gunga - Mar
Gunga - Lagoa

Gunga, no entanto, é fantástica justamente por ser o posto. Tem ondas, tem menos gente, tem lagoa e mar, tem coqueiros, muitos. O único porém: as barracas deixam a desejar quanto à comida e instalações de banheiros. Nada que impeça o passeio, mas se dá muita importância a esses quesitos, não vá. Será estresse na certa. Se apostar na paisagem, verá que são pontos acessórios, a comida é aceitável e banheiro, bem... ajeita-se.
Na volta passamos no mirante. Não preciso dizer que a vista é de pasmar nos 360º: uma vastidão de coqueiros, o mar cortando a terra e a praia clara formam uma pintura pra não esquecer. Ao pé, há exposição e venda de artesanatos. Imperdível. Dica do sr. Benedito.

Na cidade há uma casa noturna que está no áuge, a Maikai. Toca música eletrônica, forró e outros ritmos jovens. Fica a poucos quarteirões da orla. Os amigos que foram gostaram.
Conhecemos alguns restaurantes:

  • Maria Antonietta (massas e pizzas): decoração muito bonita. Há dois ambientes, térreo e mezanino. Parecia frequentado por moradores e não por turistas. Ótimos preços e comida de primeira;
  • Divina Gula (comida mineira): ótima comida, farta e atendimento rápido. Um prato dá pra 3 pessoas;
  • Wanchako (comida peruana): Burguês, cardápio restrito, quase todos os pratos levam camarão. É cheio, tivemos de voltar outro dia pra pegar lugar mais cedo, umas 19h. Caro. Nada de fabuloso. Podia ter passado sem;
  • Massarella (comida italiana): decoração interessante, o teto da parte em que ficamos se fechou pq começaram a cair uns pinguinhos de chuva. Chique! Bom atendimento e porções generosas. Preço compatível.
  • Imperador dos Camarões: ambiente de péssima acústica, se torna barulhento quando começa a música. Mas vale a pena experimentar o chiclete de camarão, prato tradicional da casa. Flambado no conhaque e gratinado, é bastante harmônico. Serve duas pessoas não gulosas por camarão como eu. Há condução gratuita para os hotéis, é só agendar na recepção.
  • Carne de Sol do Picuí (comida nordestina): Também possui condução gratuita para os clientes. A porção server perfeitamente  3 pessoas. Adorei as entradinhas. Não deixe de experimentar o miniescondidinho de carne seca com pure de mandioca. Estava divino. Disseram que o caldinho de feijão também estava maravilhoso. A paisagem é belíssima, com extenso calçadão, mas, cuidado, fica na orla sul, a mais pobre e perigosa.


Estranhamente sempre tivemos problemas na hora de comer, fosse pela demora, pela impaciência dos garçons, pela conta errada ou pela falta de estrutura do lugar. Começamos até brincar pra adivinhar qual seria a próxima chateação. Enfim, mesmo assim o saldo foi positivo. Espero que tenhamos sido os únicos a sofrer com isso.
E que venha a próxima viagem!

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